segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Finalmente...uma boa notícia!

Queridos leitores,
aos que acompanham a minha batalha para vencer o Flavivírus, vírus da Hepatite C, tenho uma excelente notícia: ZEREI O BICHO!


   Meu último exame de contagem de replicação do vírus deu ZERO. Em três meses de tratamento consegui eliminar o bicho que estava comendo o meu fígado.
   Nos últimos tempos não tenho escrito muito no blog devido aos efeitos colaterais dos remédios que tomo. São 17 comprimidos diários de Ribavirina e Boceprevir (antiviral) e uma injeção semanal de Interferon. Estou a 9 meses sem tomar bebida acóolica. Uma merda!
   Bem, os devastadores efeitos colaterais destes remédios e a minha batalha para derrotar o vírus já descrevi aqui no blog. A náusea, dores no corpo, falta de concentração, irritabilidade e, principalmente, a depressão fizeram com que eu diminuisse consideralvelmente o meu ritmo de trabalho e minha produção jornalística.
   A maior batalha, sem dúvida, está sendo comigo mesmo. Conseguir racionalizar e separar os efeitos dos remédio da realidade é trabalho para mamute! Porém, tudo isso tem o seu lado positivo. Todo esse sofrimento, abstinências, falta de emoção, sensação de mundo acabado, acabou me revelando os melhores amigos e os que realmente se importam comigo.
   O impacto da notícia de que teria que fazer um tratamento urgente para Hepatite C - o bicho já havia necrosado parte do figueiredo - foi devastador. Foi aquela divisão na realidade. Tudo mudou a partir daí. Em primeiro lugar, a vida maravilhosa de festas, bebidas, nigths...enfim, a vida louca que adoro, foi para as cucuias.
   Tive que me enquadrar num modelito disciplinado que só de pensar me dava ojeriza. Me enquadrei! Li tudo a respeito da doença, do tratamento, das drogas químicas mais modernas e...fui à luta!
   Bem, parece que eu sou o cara, né! Não, eu sou apenas o objeto de uma situação maravilhosa que se criou a partir da trágica notícia da doença: a minha família reagiu em bloco, afetuosa e pró-ativa.
   Partimos unidos para a execução de um plano mortal contra o Flavivírus. Os cuidados com a minha alimentação, com os horários exatos de tomar os medicamentos e ouvidos disponíveis para ouvir minhas lamúrias fizeram com que ficássemos todos mais próximos.
   As relações entre nós, pais, filhos, irmãos e sobrinhos se estreitaram a passaram a ser uma prática diária na execução da estratégia mais apurada para resolver aquela situação.
   Foi perfeita! Deu Certo! Três meses de tratamento e conseguimos eliminar o Flavivírus do meu organismo. Tenho ainda mais três meses de tratamento, mas agora já sinto os efeitos colaterais mais amenos e até tiro um sarrinho deles, às vezes.
   O que poderia ter sido o momento mais terrível da minha vida acabou sendo o melhor já vivido até hoje. Por incrível que pareça, estou vivendo a melhor de todas as vidas. Na contabilidade de fim de ano, a Gisa, eu e nossos filhos realizamos tudo o que havíamos nos proposto. Desde vencer vestibular na Federal a formaturas e empreendimentos empresariais.
   Estou triste mas estou feliz! Muito feliz! Triste por conta dos remédios, da química que me deprime, me deixa paranóico e irritadiço. Mas já sei que esse não sou eu, são os remédios, então que se fodam! Dentro de três meses voltarei a ser eu mesmo. Alegre, otimista, emocional, amigo dos amigos e pronto para novas aventuras. Desse Canga, às vezes, chego a sentir saudades!

Crônicas e matérias sobre o combate à Hepatite C. Leia aqui!

*Parceiros fundamentais nesta luta: meu médico, Paulo Glavam, e toda a equipe do PAMMI do Hospital Nereu Ramos: Rochele, Magali, Poliane, Viviane, Taise, Andrea, Sheila e o Chico!

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